A Indústria da Dor

 

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De acordo com o site Health.com, músicos ocupam o quinto lugar de uma lista que envolve as 10 profissões mais ligadas a altas taxas de doenças depressivas. Para os mais curiosos, depois deles, o sexto lugar fica com os professores e a posição number 1 é creditada aos cuidadores de idosos ou crianças. O ranking ilustra a realidade que temos presenciado nos últimos dias com a partida precoce de gente como Chris Cornell e Chester Bennington.

Mas, refletindo: a Música transfere um estado de espírito. Tem aquela que você ouve em momentos de êxtase, uma outra quando você está down, há sempre uma mais tranquilinha quando o foco é bater papo com os amigos  e tem aquela quando você quer ouvir para chorar. Enfim, são tantas as ocasiões em que a Música serve como companheira da gente. Mas alguém parou para pensar sobre o outro lado da moeda, ou seja, aquela letra pode também significar literalmente o que a pessoa está cantando? Bom, sendo assim, se uma banda é mega- hiper- ultra- superespecialista em canções e letras soturnas e/ou mórbidas, há algo de estranho no reino do indivíduo.

 “Existem aspectos específicos em qualquer profissão que podem causar ou exacerbar a depressão. Essas pessoas conseguem cuidar do problema se elas cuidarem de si mesmas e obtiverem a ajuda que precisam”. Pelo menos é esta a declaração da psicóloga e doutora em Saúde Mental em Buffalo, Nova Iorque.

Aí você para e pensa: Alice in Chains, Nirvana, Soundgarden, Audioslave, Linkin Park... É. A deprê sempre resulta em bom som. Mas, cantar a depressão pode parecer um poço sem fundo. E, quando se ganha o tão desejado sucesso e as consequentes cifras, nem se fala. A dor vira escravidão. “Vejo muitos artistas com doenças bipolares. Deve haver muitos que têm o problema não diagnosticado e não tratado. A Depressão é comum àqueles que vivem das artes. O modo de vida contribui para isso”, comenta Legge para o site Health.com.

Este texto aqui não é para incentivar artistas a não trabalharem com conteúdos depressivos, e sim, serve como alerta para que não se faça da Dor uma bandeira a ser hasteada o tempo todo.

Vida longa a Eddie Vedder e seus companheiros.