Quem me conhece sabe. Não sou afeita às vertentes do rock chamado Progressivo, Art Rock ou algo que o valha. Porém, fui convidada a assistir ao Palmer´s ELP Legacy no Teatro Municipal de Niterói (RJ) nesta sexta feira. Logo, de cara, pensei que pudesse revezar momentos de empolgação mixados com marasmos viajantes devido ao fato de se tratar de um concerto meramente instrumental.
Enfim, resolvi conferir em nome de todo o respeito que
os nomes de Emerson, Lake & Palmer evocam para a história do rock´n roll. O
show logo começa com Abaddon´s Bolero e pensei que teria que resistir
bravamente às “longas” duras duas horas de som. Logo depois, chegou Karn Evil 9
e continuei blasé. Mas confesso que foi em Tank o momento do meu deslumbre.
A partir daí, com cenas de tanques de guerra ao fundo
do palco, comecei, de verdade, a embarcar nessa viagem. Nela, o comandante
Palmer, enérgico nas baquetas, revezava a bateria com o microfone soltando
pequenas historinhas sobre as canções e apresentando-as. Aliás, que vigor.
Acompanhado dos jovens Paul Bielatowicz (guitarra) e Simon Fitzpatrick
(baixo), era ele que conduzia o timão
(literalmente) dessa embarcação chamada ELP´s Legacy. Seu inglês britânico nem
ao mesmo o fez sentir-se acanhado com a plateia quando agradeceu pelo fato de todos conseguirem estarem lá
apesar de um dia tenso no país da greve de caminhoneiros e da falta de
combustíveis.
Mas se faltava
combustível lá fora do Municipal, Palmer e seus tripulantes bem sabiam que a
nau não poderia parar e nem pararia. E,
ele, de carteirinha, poderia afirmar isso depois de perder dois grandes companheiros
de banda no mesmo ano de 2016. Ao som de Knife-Edge, Trilogy, Canario, 21st
Century Schizoid Man e Hoedown, seguimos caminho rumo à canção que arrebatou a
plateia, principalmente aos fãs ardorosos das primeiras fileiras: Lucky Man.
E aí, me dou conta de
que mais de uma hora se passou e nem fiquei enjoada da viagem, gente! Pelo
contrário, Tarkus veio para atestar que eu estava realmente curtindo.
Pouco antes do
verdadeiro enlace amoroso quando Palmer mais parecia estar nas preliminares com
cada parte de sua bateria Pearl, ele decreta: “Se vocês aplaudirem bem forte ao
final disso, tocarei mais uma canção para vocês”. E missão dada é missão
cumprida para o comandante. Em Nutrocker ele lembra seus saudosos parceiros de
banda e no telão imagens antigas de diferentes momentos da carreira emblemática
que teve ao lado de Emerson e Lake. E aí começávamos a avistar a terra. Viagem
terminada. Um show que ficará na memória de quem viu. Uma lenda que resiste ao
tempo da proa à popa e às trapaças da vida. Palmer, no show, mostrou que, como
diz o título do show, Emerson e Lake “continuam vivos” através da música.
Confira a setlist completa do
show:
- Abaddon’s Bolero
- Karn Evil 9: 1st Impression, Part 2
- Tank
- Knife-Edge
- Trilogy
- Bass Solo
- Canario
- 21st Century Schizoid Man
- Guitar Solo
- Hoedown
- Lucky Man
- Tarkus
- Carmina Burana
- Fanfare for the Common Man
- Drum Solo
- Nutrocker
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