Por mais "Brians" no mundo



Brian May em sua residência na cidade de Londres
Arquivo pessoal (IG)


“How can we dance when our earth is turning”? (Como podemos dançar enquanto nossa terra gira?) “How do we sleep while our beds are burning”? (Como dormimos enquanto nossos leitos queimam?),  já bradava o emblemático vocalista da banda australiana Midnight Oil, Peter Garrett, já nos idos de 1987, na canção Beds are Burning (Os leitos estão queimando). Pelo visto, nem mesmo sua incansável luta pelos caminhos da Política (sim, foi ministro do Meio Ambiente e da Educação em seu país), fez dizimar um problema que, infelizmente, é recorrente não só para os “Aussies” haja vista a quantidade de tragédias ambientais vividas por nós, brasileiros, todo ano.
Aí você, provavelmente, deverá me perguntar o que me fez escrever estas linhas. Te respondo: um post do guitarrista Brian May.
Sim, o sigo nas redes sociais e tenho acompanhado a aventura dele, aos 72 anos, no mundo do Veganismo, seus problemas com depressão e sua batalha para que o mundo se torne um lugar melhor de se viver. E, com esta vibe, eis que ele anuncia a participação do Queen, com Adam Lambert no vocal, num show especial para angariar fundos em prol da Austrália por conta de grandes incêndios ocorridos recentemente, o “Fire Fight Australia- National Concert For Bushfire Relief”, no dia 16 de fevereiro. O evento unirá outros artistas como Alice Cooper, K.D. Lang, Icehouse, Barker Boy, Olivia Newton-John, Amy Shark e Pete Murray, no ANZ Stadium, lá em Sydney.
“Não consigo parar de pensar nos trágicos incêndios na Austrália (...) Tenho parentes lá. Milhares de cidadãos do bem perderam seus lares (...) MEIO BILHÃO DE ANIMAIS SELVAGENS foram queimados (...) O que podemos fazer? Podemos rezar. E podemos colocar pressão em nossos líderes para priorizar a saúde de nosso planeta em vez da Economia...”
A situação catastrófica também chamou muito a atenção de  Elton John, Metallica e Pink!, que  doaram uma grana alta para ajudar no combate ao fogo. Reparem na contemporaneidade em comum à maioria destes artistas citados. Preste atenção também nos nomes que virão aqui embaixo.
Além deste show, também vão rolar o “Down to Earth- A Fire and Climate Relief Concert, no dia 26 de fevereiro, no Sydney Myer Music Bowl e o Sound Relief, sem data definida. Neste último, estarão o Midnight Oil, Coldplay, Kylie Minogue, The Presets, Taylor Swift, Midnight Oil, Kings of Leon.
A maior parte dos artistas são de décadas anteriores. Dia desses, ao participar do programa “O Papo é Pop”, pela rádio Planet Rock, a convite de meu amigo jornalista Bruno Eduardo, um dos pontos abordados na mesa de debate foi justamente sobre o que de novo tem surgido musicalmente e até que ponto a escassez de novidades nos faz querer voltar ao tempo.  Afinal de contas, você iria a um show do Nirvana sem o Kurt, a um do Queen sem o Mercury, por exemplo? Respondi que, dependendo do artista, se eu fosse fã, iria. Agora reitero minha opinião testemunhando este belo depoimento do guitarrista May.
A discussão foi polêmica, óbvio.
Essa carestia nos leva a uma incessante busca de querer ressignificar coisas vividas, o “museu de velhas novidades” de Cazuza nunca esteve tão em voga como atualmente.  Agora, leio, na mídia, que já estão querendo comparar estes movimentos em prol da Austrália ao Live Aid.
Ao pesquisar sobre a lineup de cada show, percebo que muito artista das antigas faz parte. Não percebi protagonismo de gente da atualidade. Mas, em meio a isso tudo, vem a lição de um veterano Brian May que tenta se reinventar e até hoje nos inspira. Obrigada, Bri.
The show must go on.

Comentários