A (nem tão) velha guarda do Rock


O velho reverenciando o velho? O que seria do Rock´n Roll sem a incrível vontade de valorizar suas raízes nem tão remotas já que estamos falando do fim dos anos 60?
Depoimentos passionais à parte, enquanto fã confessa do Aerosmith, não posso deixar de falar sobre a participação do vocalista Steven Tyler no tributo a Peter Green, cofundador da clássica banda Fleetwood Mac.
Não é de hoje que o Demon of Screamin´se revela um seguidor ardoroso do blues e do folk. Prova disso é o disco Honkin´on Bobo, de 2004, que faz uma referência a estes segmentos musicais que tanto inspiraram os Bad Boys from Boston.  Vale lembrar que este trabalho já mostrava o lado fanático pelo Fleetwood Mac com Stop Messin´ Round, na voz do guitarrista Joe Perry. Isso sem contar a aventura de Steven ao se embrenhar nas veredas country numa carreira solo já quase indo para sua sétima década de vida quando gravou o We´re all Somebody from Somewhere em 2016. 
Mas se engana quem pensa que Tyler estava sozinho nesta homenagem a Green. Com ele, ao palco do Palladium Palace, em Londres, subiram Kirk Hammett (Metallica), Billy Gibbons (ZZ Top), Mick Fleetwood e Christine McVie (Fleetwood Mac), Noel Gallagher (Oasis), Jonny Lang, Andy Firweather Low, John Mayall, Bill Wyman (ex- Rolling Stones) e o filho do ex- beatle Ringo Starr, Zak Starkey. Com este time de primeira, nem é preciso falar que o evento, realizado em 25 de fevereiro - terça gorda de Carnaval aqui no Brasil - foi filmado e será transformado em box set com 4 vinis, dois CDs, um Blu-Ray e um photobook.
O combo Super Deluxe, denominado Mick Fleetwood & Friends Celebrate the Music of Peter Green and the Early Years of Fleetwood Mac, tem seu lançamento programado para 16 de outubro lá fora.  Dá pra encomendar e, de quebra, incluir seu nome nos créditos do documentário apresentado no material. Tudo isso por módicas 150 libras, algo equivalente a R$862,00. 


Sim. O preço é até alto. Mas, bem, como eu disse no início, é o povo das antigas homenageando os velhos tempos. 
Afinal de contas, poucos poderão saber mas o Fleetwood Mac já foi, no fim da década de 60, uma banda de folk e blues chegando a ir para muito além do You make Lovin´ Fun e Seven Wonders, hits que se tornaram bem comuns às estações de rádio light, estilo JB FM aqui do Rio.
Como não se render a Rattlesnake Shake e a Oh Well, por exemplo? 
Ah, talvez você também queira saber sobre o Peter Green, o grande guru do Fleetwood lá dos primórdios do grupo. Acabou saindo da banda ainda nos idos de 1970 devido a um alto uso de drogas que o levou à esquizofrenia e outros distúrbios mentais.


Mas  o legado de Peter Green está aí para o mundo ver. Para qualquer supergrupo tocar.
“Sinto-me honrado em dividir o palco com alguns dos muitos artistas que Peter inspirou ao longo desses anos e com quem compartilho este grande respeito a este músico importantíssimo”, disse Tyler passando de carro pelo Buckingham Palace, em Londres, segurando seu celular e mostrando uma foto antiga do Fleetwood Mac. 


A renda arrecadada no evento será doada para o Teenage Cancer Trust charity, no Reino Unido.



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